30 de jan. de 2009

No caminho

Eu queria (e deveria) inaugurar nosso blog com um post que esclarecesse o propósito dele, mas o marido se antecipou e estreou no Bain de Neige com um texto sobre imposto de renda no Québec (confesso que fiquei assustada com o tamanho do rombo no orçamento que o danado do imposto pode causar). De qualquer forma, o assunto é interessante e importante, pois a partir do momento que a gente colocar os pés nas terras geladas teremos que pagar os impostos sem reclamar. Mas o marido disse uma coisa certa, pelo menos lá o dinheiro parece ser gasto de maneira mais correta e a população tem acesso a serviços de qualidade... diferente daqui!
Voltando ao assunto blog, nossa intenção é mostrar um pouco das nossas impressões sobre o processo de imigração para o Québec. Decidimos mudar de vida e agora estamos no meio do processo.

Tudo começou...

Novembro 2007 – sem querer passamos por uma feira sobreo Canadá que acontecia no shopping perto de casa e ficamos com o “zóinho brilando”.
Dezembro 2007 – descobrimos que haveria a palestra sobre imigração para o Québec em São Paulo, então nos inscrevemos e fomos lá conferir o que o pessoal tinha pra falar.
Após a entrevista tivemos a certeza de que queríamos mudar de vida... radicalmente.
Janeiro 2008 – pesquisamos uma escola de francês que tivesse um custo/benefício que atendesse nossas expectativas e nosso bolso.
Fevereiro 2008 – iniciamos as aulas de francês na École Québec. A escolha não poderia ser melhor, mas isso merece um post mais tarde.
Julho 2008 – demos entrada no processo de imigração. Tínhamos na época apenas 80 horas de francês (nosso perfil, segundo a pesquisa que fizemos no site oficial de imigração do Québec solicitava 150 horas), pois já planejávamos ter, até o dia da entrevista, as horas necessárias.
Novembro 2008 – escritório de imigração solicita mais documentos.
Dezembro 2008 – enviamos os documentos extras solicitados.
Janeiro 2009 – fomos convocados para a entrevista que acontecerá dia 25 de março (ai, meu Deus!!!!!).

Agora estamos aguardando o dia da entrevista. Nervosismo é pouco, mas eu juro que estou tentando manter a calma (nessa hora o marido leva vantagem, já que é mais “cabeça fria”, rs).
Por enquanto é isso. Os detalhes de cada etapa do processo a gente vai colocando aos poucos pra não cansar ninguém...
Pessoal, para nossa primeira postagem, escolhemos um assunto bem polêmico - Imposto retido na fonte.
Acho que a maioria das pessoas que pensam em imigrar para o Canadá já ouviu falar que o imposto de renda de lá é muito alto, mas talvez não tenham a real noção (como eu não tinha até pouco tempo atrás) de como funciona. Só para ter uma idéia, lá o imposto pode chegar até a 48,22%. É quase a metade do que ganha.
Bom, façamos um comparativo. No Brasil temos dois impostos principais que são retidos na fonte - INSS (de 8% à 11%) e IR (de 0% à 27,5%). Mas não é tão simples calcular.
Primeiro vamos no INSS. Neste existem 3 faxias e teto máximo. Isso quer dizer que quem ganha mais paga uma alíquota efetiva menor. O teto é de R$ 334,29 independente de quanto se ganha.
Agora o IR. A partir de 2009 temos 5 faixas de cálculo deste imposto e não existe teto. Além disso o IR é cálculado depois da dedução do INSS e, de acordo com uma tabela, existe a parcela a deduzir do próprio IR, tornando a base de cálculo menor.
No Canadá também existem dois impostos principais - Federal e Provincial.
O Federal varia de 0% à 24,22% e o Provincial - no caso Québec - varia de 0% à 24%.
Lá também há deduções e abatimentos. Coloquei um link chamado Impostos Canadá, proveniente do site da Ernest & Young, que você pode colocar o valor do salário anual e ele te mostra quanto de imposto você pagará.
Vamos fazer um exemplo prático, com um salário mensal de 4 mil (independente de qual moeda).

No Brasil
- INSS atinge o teto = 334,29
- IR, com as deduções, fica = 345,11
- Total = 679,40
Ou seja, pagamos 16,99% do que ganhamos.

No Canadá (Québec)
- Federal 4.000 * 18,37% = 734,80
- Québec 4.000 * 20,00% = 800,00
- Total = 1.534,80
Porém, existem os abatimentos, que não sei bem como funcionam ainda, que fazem com que este valor fique em 954,83.
Ou seja, pagamos 23,87% do que ganhamos.

Nesse caso, pagamos 6,88% a mais lá do que aqui. Em outro caso mais extremista, onde ganhamos 12 mil, no Brasil a taxa efetiva seria de 24% quanto no Québec seria de 37,40%. São 13,40% a mais.
Mas não se esqueçam que lá o Governo parece funcionar com boas escolas, hospitais, transporte, etc. E aqui no Brasil ainda existem mais 66 impostos que pagamos todos os dias como ISS, ICMS, IOF, etc. Lá também existem outros impostos, mas tenham certeza que não chegam a 10 e as alíquotas são bem menores.
Abraço.